Conversando com uma amiga recentemente, concluí que a melhor palavra (ou uma das melhores palavras) pra definir os últimos meses é “saudade”. Talvez esse seja o maior efeito que a atual pandemia provocou em mim, em um nível puramente pessoal.
Tenho saudade dos meus amigos e
de visita-los sempre que possível.
Saudade de sair com eles por aí
para beber e jogar conversa fora.
Saudade de ir ao cinema e passar
o dia por lá, assistindo a três ou quatro filmes quando a programação permite.
Aliás, saudades até do cheiro de pipoca que domina a entrada das salas, de
tropeçar na escadaria enquanto procuro meu lugar e de ficar indignado com
pessoas mexendo no celular durante a sessão.
Saudade de ir a uma cabine de
imprensa e falar com meus colegas críticos de cinema.
Saudade de pegar uma cerveja numa
barraquinha da Avenida Padre Cacique e ir bebendo a caminho do Beira-Rio, onde
encontraria amigos para mais um jogo do Colorado (o momento do time pode não
ser dos melhores, mas nós certamente ainda estaríamos lá dando uma força).
Saudade de ir a lugares como a
Twin Video e a Zero Distribuidora, onde sempre encontro DVDs e blu-rays para
agregar a minha querida coleção de filmes.
Saudade de pegar transporte
público (ônibus, trem, lotação, o que for) e ir lendo algum livro até chegar ao
meu destino.
Saudade de poder passear pelo
Brique da Redenção.
Saudade da Feira do Livro de
Porto Alegre, que possivelmente é o único evento que faz eu gostar de andar no
meio de uma grande aglomeração de pessoas.
Saudade de ficar em casa por
opção.
Enfim... Saudade. E espero que em
breve seja possível suprir ao menos um pouco a falta que sinto de tudo isso.
E você, do que tem saudade?