segunda-feira, 16 de maio de 2022

Há 20 Anos, Direto do Túnel do Tempo

Dias atrás, me deparei com o fato de que o primeiro filme do Homem-Aranha está completando 20 anos desde seu lançamento original, que ocorreu no dia 03 de maio de 2002. Aqui no Brasil o filme ainda levaria mais duas semanas para chegar, o que fez eu lembrar que 18 de maio de 2002, um sábado, foi o dia em que fui ao cinema assistir ao filme pela primeira vez. Pensar nesses detalhes foi o suficiente para que eu começasse uma breve viagem no tempo, voltando a momentos desse ano em específico que me marcaram e sobre os quais deu vontade de escrever.

Eu tinha 10 anos em 2002, morava em Bento Gonçalves, era uma criança extremamente tímida, gordinha e que gostava de passar o tempo jogando videogame e, quando possível, visitando amigos (na vida adulta, acho que todos esses detalhes estão intactos, sendo a única diferença eu ter voltado para Porto Alegre). Dentre as lembranças que vieram em mente, toda a época do lançamento de Homem-Aranha surge como uma das principais. Minha empolgação em relação ao filme era gigante, a ponto de eu ter escrito uma história na escola contando a origem do personagem nas HQs (ou o que eu achava saber da origem do personagem nas HQs). Obviamente o resultado foi bastante infantil, mas lembro de ter me orgulhado de ter escrito três páginas inteiras (acho que a professora teria se contentado com uns três parágrafos rápidos) e recebido aplausos de minha turma quando li a história na aula.

Além disso, eu e um colega resolvemos pesquisar sobre aranhas quando a professora nos deu uma tarefa na aula de Ciências. A tarefa foi feita e entregue, mas os dois malucos empolgados com Homem-Aranha não se deram por satisfeitos, dando continuidade à pesquisa no fim de semana da estreia do filme. Fizemos um trabalho inteiro sobre aranhas sem a menor necessidade, apenas por diversão, realizando uma pausa apenas às 14h daquele sábado para... ir ao cinema e ver Homem-Aranha, sendo que o filme ainda superou todas as expectativas que havíamos criado. Desde então, perdi a conta de quantas vezes vi o filme, seja na TV ou em mídia física, dublado ou legendado.

Mas outras lembranças que marcaram 2002 também passaram pela minha cabeça, principalmente no que se refere a futebol, já que foi naquele ano que eu comecei a gostar do esporte, começando a jogar na escola e assistir a partidas aleatórias na TV. Na escola eu era pavoroso quando entrava em campo, sendo um dos piores da turma, a ponto de um colega pedir que eu ficasse “na zaga” e eu não entender que ele queria que eu ficasse na defesa (quando ele me procurava, lá estava eu no ataque fazendo sabe-se lá o quê). Ainda assim, é difícil esquecer uma partida durante a aula de Educação Física na qual marquei três gols, por pior que eu fosse com a bola no pé. Conseguem imaginar a empolgação de um dos piores jogadores da turma ao marcar um hat-trick? Foi um feito que me deixou com um sorriso de orelha a orelha.

Mas muito do gosto por futebol teve início, claro, com a Copa do Mundo daquele ano. Não posso dizer que acompanhei todos os jogos como tento fazer hoje em dia, mas vivi muito o clima daquela Copa, que rendeu alguns trabalhos na escola e mais momentos marcantes. Como aqui no Brasil os jogos ocorriam de madrugada por conta do fuso horário da Coreia do Sul e do Japão, houve um dia em que acordei às 04h da manhã graças aos gritos e aplausos do meu pai em frente à televisão. Levantei da cama e fui até a sala para ver o motivo de tudo aquilo: Ronaldinho Gaúcho havia marcado seu antológico gol de falta contra a Inglaterra nas quartas de final. Que momento brilhante foi aquele, senhoras e senhores! E claro, não esqueço da comemoração do pentacampeonato conquistado dias depois, quando cheguei a ficar balançando uma bandeirinha do Brasil na hora em que Ronaldo marcou o segundo gol na final contra a Alemanha.


Por esses e outros momentos (que talvez eu conte futuramente, quem sabe?), tenho um apreço especial por essa época, de maneira que lembrar de todas essas coisas acabou sendo uma viagem no tempo gostosa de se fazer, dando aquela sensação natural de nostalgia que a infância é capaz de render.