quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Crimes e Investigações: Uma Dose de Literatura Policial

Quando criei esta Caixa de Sucata, o objetivo era ter um lugar em que eu pudesse escrever sobre qualquer coisa, sendo que uma das principais ideias era poder comentar alguns dos livros que leio. Com exceção de algumas histórias em quadrinhos, porém, isso foi algo que infelizmente não cheguei a fazer em momento algum desde que lancei este espaço no ano passado. O principal motivo para isso é a dificuldade que tenho tido de simplesmente focar, algo que nesses tempos de pandemia tem sido um grande problema (isso quando minha vontade não me direciona para outras atividades de lazer).

Mas mesmo com essa dificuldade, fiquei com vontade de escrever um pouco sobre alguns livros que gosto. Mais especificamente livros de thrillers policiais, gênero pelo qual tenho total adoração e que é o meu favorito. O que vocês lerão a seguir não se trata de uma lista de melhores obras do gênero, até porque ainda tenho muitos clássicos para ler antes de pensar em fazer uma lista desse tipo. Mas são livros que me empolgaram com as habilidades de seus escritores para criar tramas intrigantes.

O Assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie:

Agatha Christie é a minha escritora favorita. E O Assassinato de Roger Ackroyd é, por sua vez, meu livro favorito dentre os que foram escritos por ela. Aqui a escritora britânica constrói com elegância uma investigação envolvente, além de trazer aquela que na minha humilde opinião é sua melhor reviravolta. Narrado todo em primeira pessoa, o livro traz o grande Hercule Poirot saindo da aposentadoria a fim de investigar o assassinato de seu amigo Roger Ackroyd, tendo para isso o auxílio do Dr. James Sheppard, o narrador da história. E é melhor nem dar mais detalhes, já que uma das coisas mais divertidas dos livros de Agatha Christie é exatamente ver Poirot e outros personagens seguindo pistas, questionando tudo e todos, se deparando com grandes revelações e chegando finalmente a grande conclusão.

O Silêncio dos Inocentes, de Thomas Harris:

Segundo livro que Thomas Harris escreveu usando o canibal Hannibal Lecter como personagem central, O Silêncio dos Inocentes talvez seja mais conhecido pela adaptação cinematográfica lançada em 1991 (uma verdadeira obra-prima e que venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme). Mas é bom lembrar que o livro original em si também é uma narrativa policial da mais excelente qualidade, colocando o leitor junto da jovem agente Clarice Starling, que recebe a tarefa de contatar Hannibal Lecter na prisão para que ele auxilie o FBI a capturar o serial killer Buffalo Bill. Thomas Harris concebe não só uma trama policial difícil de largar, mas também personagens absolutamente fantásticos, com os momentos de interrogatório entre Starling e Lecter parecendo um jogo de xadrez psicológico.

Apelo às Trevas, de Dennis Lehane:

Se Agatha Christie é minha escritora predileta, Dennis Lehane vem logo atrás. Nativo da cidade de Boston, onde situa quase todas suas histórias, o escritor é mais conhecido por Sobre Meninos e Lobos, Ilha do Medo (ambos renderam filmes brilhantes pelas mãos de Clint Eastwood e Martin Scorsese) e a série de livros protagonizada pelos detetives particulares Patrick Kenzie e Angela Gennaro, da qual este Apelo às Trevas faz parte. Aqui, Kenzie e Gennaro são contratados por uma psiquiatra para proteger ela e seu filho, além de tentar descobrir por que e por quem eles estão sendo ameaçados. E aos poucos nos vemos envolvidos numa história muito maior que o imaginado inicialmente, com Patrick e Angela se deparando com um mundo que impressiona por sua sujeira, imoralidade e brutalidade, algo que Lehane sintetiza muito bem na figura do vilão. Dito isso, posso até estar colocando apenas Apelo às Trevas nessa pequena lista, mas recomendo muito a série Kenzie/Gennaro como um todo.

Bom Dia, Verônica, de Raphael Montes e Ilana Casoy:

Bom Dia, Verônica foi lançado em 2016 como o primeiro livro da escritora Andrea Killmore. Na época já era sabido que se tratava de um pseudônimo, mas apenas em 2019 foi revelado que Raphael Montes e Ilana Casoy eram os responsáveis pelo livro. E que livro! A história é centrada na escrivã Verônica Torres, que resolve provar seu valor como investigadora ao encarar sozinha dois casos envolvendo violência contra mulheres e que estavam sendo deixados de lado na delegacia onde trabalha em São Paulo, casos estes que são capazes de revoltar e chocar em medidas iguais. Partindo disso, a obra de Montes e Casoy guia o leitor por uma narrativa muito bem amarrada, com Verônica se mostrando uma protagonista interessantíssima, não só por sua visão de mundo e sede de justiça, mas também porque sua falta de experiência como investigadora a deixa mais propensa a cometer equívocos, que por sua vez a tornam mais humana. Recentemente o livro foi adaptado pela dupla de autores como uma série na Netflix, e vale dizer que a produção faz jus ao ótimo material original.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Level 2.9 Unlocked!

 

“Sabendo que ainda tenho uma longa jornada a percorrer e muitos objetivos a alcançar, dou boas-vindas ao Toco 2.8, e desejo a ele sorte para se manter em um bom caminho. E, se possível, espero que ele tenha um texto mais bem escrito quando a versão 2.9 chegar daqui a um ano.”

Foi assim que encerrei o texto que escrevi ano passado, quando completei 28 voltas ao redor do Sol. Achei curioso reler isso considerando que esse ano eu não escrevi nada quando o dia chegou. Muito por não estar lá muito inspirado. Mas na última terça-feira, dia 07 de setembro, enquanto alguns dementes saíam às ruas, eu cheguei ao nível 2.9 do jogo da vida. E se estou escrevendo algo agora não é para marcar a ocasião, mas sim para agradecer aos amigos, já que fui alvejado por mensagens de carinho como nunca fui antes.

Não que isso não acontecesse em anos anteriores. Mas dessa vez as mensagens foram mais numerosas e meus amigos se superaram. Tivemos mensagens de texto, tivemos mensagens de áudio, tivemos ligações e tivemos até mesmo vídeo cantando Happy Birthday (enquanto se dança funk, vale ressaltar). Posso não ter tido contato físico com nenhum deles, já que novamente comemorei meu aniversário em casa apenas com a minha família, mas ainda assim me senti abraçado. Não sei se mereço tanto, porém isso rende um sentimento bom, feliz.

Nem sempre acontece de eu ter um bom dia, sem estresses, mantendo um bom humor e podendo simplesmente me sentir de bem com a vida. Mas este 07 de setembro foi um desses bons dias e agradeço a todos que ajudaram nisso.

Que venham os 30.