“Vamos pedir um cento de salgadinhos pra segunda-feira?”, perguntou minha mãe há alguns dias.
“Tá... Mas por quê?”, perguntei.
“Pro teu aniversário!”, ela disse
fazendo uma cara de surpresa, o que é normal para alguém que falava uma obviedade.
Eu sei, eu sei. Salgadinhos são
bons e não é preciso um motivo especial para encomenda-los. Logo, minha
pergunta não tinha lá muito sentido. Mas foi nesse diálogo com a minha mãe que
percebi que minha noção de tempo nesse ano foi para as cucuias. Os meses, os
dias e as horas têm se confundido, de forma que não é raro o meu cérebro dar algumas voltas até concluir em que ponto do calendário estamos e o
que tenho planejado. Sinais da idade ou do fato de os dias ultimamente estarem
parecendo iguais? Eis uma questão a se pensar.
Mas hoje é segunda-feira, 07 de
setembro de 2020. Para muitos (senão a maioria), é um feriado de Dia da
Independência como os que temos todos os anos. Para mim, é o dia que completo
mais um ano de vida. Normalmente isso seria comemorado de alguma forma, seja
juntando a família para comer pizza ou chamando os amigos para beber. Ou as
duas coisas, se possível. Mas todo esse contexto envolvendo a maior pandemia
dos últimos 100 anos faz com que este 2020 não seja um ano normal, impossibilitando
quaisquer comemorações normais. Na verdade, a pandemia até tira o desejo de
fazer algo assim.
Mas não vou escrever um post
deprimente. Ou pelo menos não pretendo. O que eu quero é apenas tentar processar
como estou hoje.
Como todo ser humano que tem
noção de que não nasceu sabendo tudo, eu acho que sou um constante trabalho em
desenvolvimento. Dia após dia eu procuro ser uma pessoa melhor do que eu era no
dia anterior. Chego aos 28 anos ainda tendo muitos dos medos, incertezas e
inseguranças com os quais cresci, detalhes que constantemente formam na minha
cabeça uma parede difícil de derrubar e que me impede de ser alguém um pouco
mais satisfeito consigo mesmo (eu sei, eu preciso de terapia). No entanto, vale
dizer que gosto mais de quem eu sou hoje do que de quem eu era há alguns anos,
o que certamente aponta que se as coisas não estão perfeitas, ao menos estão
longe de estarem ruins e já evoluíram alguma coisa.
Se eu penso e sinto isso, provavelmente o tal trabalho em desenvolvimento está correndo por bons caminhos. Como sei disso? Não há bem uma resposta lógica. Apenas levo em consideração o carinho que recebo todos os dias de familiares e amigos (que não são poucos, felizmente). Gosto de pensar que extraio os melhores aprendizados dessas pessoas com quem tenho uma relação de afeto e admiração recíprocas, de forma que elas certamente acabam ajudando este ser humano aqui a evoluir. E sou grato por ter essas pessoas na minha vida (não citarei nomes, mas elas sabem quem são).
Sabendo que ainda tenho uma longa
jornada a percorrer e muitos objetivos para alcançar, dou as boas-vindas ao Toco 2.8, e desejo a ele sorte para
se manter em um bom caminho. E, se possível, espero que ele tenha um texto mais bem escrito quando a versão 2.9 chegar daqui um ano.
2 comentários:
Tu mostra uma sobriedade admirável ao fazer essa auto análise, man. E posso dizer que, pra quem vê de fora, realmente o Toco 2.8 é uma excelente pessoa. Happy birthday, bro. Nossa comemoração presencial com bebidas, abraços, lambidas e perdigotos ainda vai rolar.
Lindinho, vc e maravilhoso! Que os próximos aniversários possam ser comemorados junto conosco!
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