Como é indicado pelo título, a graphic novel que tem roteiro de Frank Miller e arte de David Mazzuchelli foca no primeiro ano de Bruce Wayne como Batman. Mas a história mostra ser menos sobre como o ricaço de Gotham City se tornou o super-herói e mais sobre o porquê. Assim, é notável a profundidade dada aos dilemas tanto de Wayne quanto de outros personagens, como James Gordon, que é praticamente um coprotagonista dentro da narrativa, com a história se dividindo distintamente entre as cruzadas dele como policial e de Batman como vigilante, mostrando a aliança entre eles se formar de maneira lógica e orgânica.
Além disso, por se tratar dos primeiros dias do Batman, é interessante e até natural ver o personagem falhar mesmo quando enfrenta criminosos considerados peixes pequenos, algo que ajuda a humanizar uma figura que nos acostumamos a ver como um herói grandioso e implacável. Mas particularmente falando, o que mais chamou a minha atenção durante a leitura foi o retrato de Gotham City e o quanto um indivíduo como Batman pareceu mais que necessário naquele lugar. Afinal, a cidade parece um verdadeiro inferno, inspirando apenas medo em seus habitantes ao ser consumida pela violência e pela corrupção tanto por parte de criminosos quanto da própria polícia, detalhes refletidos no aspecto sombrio que ela ganha nas artes de cada página. Com isso, Batman surge praticamente como um senso de justiça, ideia compartilhada por personagens como o promotor Harvey Dent (que aqui ainda não era seu famoso alter ego Duas Caras) e, eventualmente, por James Gordon.
Uma coisa que acho que pode ser
dita sobre Batman: Ano Um é que se trata de uma obra que pode ser um
verdadeiro deleite não só para fãs do clássico super-herói, mas também para
qualquer um que goste de uma história bem contada. O trabalho de Frank Miller e
David Mazzuchelli é admirável, e apenas lamento ter levado tanto tempo para
lê-lo.
Um comentário:
Ah, que massa! Agora quero ler esse! Adoro ver o Batman apanhar lol, odeio essa ideia de Batman invencível hehe
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