terça-feira, 6 de abril de 2021

Procura-se: Empatia

Ontem à noite, no Big Brother Brasil, o professor João Luiz fez um desabafo, rebatendo uma piada racista que o cantor Rodolffo fez no fim de semana. Rodolffo havia dito que a peruca desgrenhada de homem das cavernas que ele teria que usar no chamado “Castigo do Monstro” parecia o cabelo black power de João. Uma piada de mal gosto e que João não recebeu nada bem, tendo guardado o que pensou e o que sentiu para compartilhar de uma vez só no Jogo da Discórdia que o programa realiza ao vivo toda segunda-feira.

Desde então, vi muitas pessoas se posicionando em apoio ao João, que em seu desabafo disse uma série de coisas que estavam entaladas na garganta dele e de outras pessoas. Mas também vi muitos comentários questionando as palavras do professor. Pessoas falando que João resolveu trazer a situação para o Jogo da Discórdia de caso pensado, para militar e queimar Rodolffo. Pessoas tentando minimizar o assunto, porque João levou a sério demais, que ele deveria ter falado com Rodolffo já que se sentiu tão incomodado, que deveria ter explicado com calma ao cantor, porque Rodolffo não fez por mal.

É difícil engolir que esse mundinho onde vivemos tem tantas pessoas preparadas para julgar a dor do outro e para dizer, nas entrelinhas, que essa dor pouco ou nada importa. Pessoas que, em grande parte, pregam "amai-vos uns aos outros", mas na primeira oportunidade jogam o amiguinho embaixo do caminhão e dizem que a culpa é dele. Já a dor delas próprias... Ah, essa é válida e merece ser discutida.

Não sei exatamente qual seria o problema de João ter planejado fazer este desabafo no Jogo da Discórdia com antecedência, já que isso não torna o sentimento dele menos real e a piada racista de Rodolffo mais aceitável. E se tem algo que os últimos anos têm nos ensinado é que não se tolera o intolerável.

Mas às vezes só um belo "vão se foder" acalenta um pouco a indignação. Porque é exaustivo. E pra quem sofre isso na pele, imagino que seja ainda pior.

Empatia anda em falta.


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