Ontem à noite, no Big Brother Brasil, o professor João Luiz fez
um desabafo, rebatendo uma piada racista que o cantor Rodolffo fez no fim de
semana. Rodolffo havia dito que a peruca desgrenhada de homem das cavernas que
ele teria que usar no chamado “Castigo do Monstro” parecia o cabelo black
power de João. Uma piada de mal gosto e que João não recebeu nada bem, tendo
guardado o que pensou e o que sentiu para compartilhar de uma vez só no Jogo da
Discórdia que o programa realiza ao vivo toda segunda-feira.
Desde então, vi muitas pessoas se posicionando em apoio ao João, que em
seu desabafo disse uma série de coisas que estavam entaladas na garganta dele e
de outras pessoas. Mas também vi muitos comentários questionando as palavras do
professor. Pessoas falando que João resolveu trazer a situação para o Jogo da
Discórdia de caso pensado, para militar e queimar Rodolffo. Pessoas tentando
minimizar o assunto, porque João levou a sério demais, que ele deveria ter
falado com Rodolffo já que se sentiu tão incomodado, que deveria ter explicado
com calma ao cantor, porque Rodolffo não fez por mal.
É difícil engolir que esse mundinho onde
vivemos tem tantas pessoas preparadas para julgar a dor do outro e para dizer,
nas entrelinhas, que essa dor pouco ou nada importa. Pessoas que, em grande
parte, pregam "amai-vos uns aos outros", mas na primeira oportunidade
jogam o amiguinho embaixo do caminhão e dizem que a culpa é dele. Já a dor delas próprias... Ah,
essa é válida e merece ser discutida.
Não sei exatamente qual seria o problema de João ter planejado fazer
este desabafo no Jogo da Discórdia com antecedência, já que isso não torna o
sentimento dele menos real e a piada racista de Rodolffo mais aceitável. E se
tem algo que os últimos anos têm nos ensinado é que não se tolera o
intolerável.
Mas às vezes só um belo "vão se foder" acalenta um pouco a
indignação. Porque é exaustivo. E pra quem sofre isso na pele, imagino que seja
ainda pior.
Empatia anda em falta.
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