segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Kombate Nostálgico


Quando eu era apenas um Toquinho, ainda na segunda metade dos anos 1990, era comum meus pais fazerem reuniões com o grupo da igreja que eles costumavam frequentar. Nesses eventos, eu geralmente ficava me divertindo com outras crianças, sem que os adultos atrapalhassem. Um desses encontros foi particularmente marcante, tendo colocado eu e meus amiguinhos diante de um Super Nintendo e de um jogo de luta. Estava feita a diversão dos pequenos ali presentes.

Porém, pra alguém que estava mais acostumado com Street Fighter, o jogo em questão se mostrou diferente. Era um pouco mais violento. Pude perceber isso principalmente no momento em que um ninja verde tirou sua máscara e revelou ser uma espécie de lagarto, esticando sua língua até prendê-la envolta da cabeça do adversário. Quando a língua voltou para a boca do ninja, a cabeça veio junto, servindo de refeição para o lutador. "Fatality", disse o locutor.


Não cheguei a perceber na hora, mas foi naquele momento que meu fascínio por Mortal Kombat teve início.

Desde então, a franquia criada por Ed Boon e John Tobias é presença frequente na vida da pessoa que vos fala, seja através dos jogos ou dos filmes e séries de TV que foram produzidas. Apenas minha irmã deve saber quantas horas de vida já gastei com Mortal Kombat, até porque eu sou culpado por ela também ter dedicado sua parcela de tempo para isso (Mortal Kombat 4 marcou bastante nossas diversões). No entanto, apesar dos esforços para ficar atualizado com a franquia ao longo dos anos, até pouco tempo atrás eu infelizmente ainda não havia jogado seus exemplares mais recentes, muito por conta de minha vida de gamer ter parado na década passada. Mas por influência de amigos e também por estarmos em meio a uma pandemia que às vezes nos deixa sem muitas opções de diversão, voltei a jogar algumas coisas no computador, adquirindo recentemente Mortal Kombat X, penúltimo jogo da série e que foi lançado em 2015 (eu sei, a franquia já lançou Mortal Kombat 11 no ano passado e estou chegando bem atrasado na festa, mas por ora é o que temos disponível).


E acho que o tempo fez bem a franquia. O último Mortal Kombat que eu havia jogado foi Armageddon, lançado há 14 anos. Imaginem, portanto, o meu choque ao começar a jogar Mortal Kombat X e ver como a série evoluiu não só em termos de gráficos (o que já seria esperado), mas também nos diversos modos de jogo. É bacana, por exemplo, acompanhar a história contada aqui, ao passo que as lutas em si parecem mais ágeis comparadas com o que eu lembrava de jogos anteriores. Ficar empolgado com os combates e com a criatividade dos golpes desferidos por cada lutador torna-se algo até natural em meio a isso. E é quase impossível não ficar feliz com as participações especiais de Predador, Jason Vorhees, Alien e Leatherface, personagens famosos por derramarem sangue em suas respectivas obras cinematográficas e que aqui tornam-se lutadores dignos de Mortal Kombat.


Mas mais do que ser um ótimo jogo de luta de uma série que adoro, Mortal Kombat X me conquistou também pela nostalgia que tem me proporcionado. Ao entrar naquele universo repleto de peculiaridades, escolher um personagem (geralmente Sub-Zero) e encher os outros de porrada, acabo lembrando do Toquinho que tanto se divertiu com os primeiros exemplares da série. Uma época gostosa na qual as grandes dificuldades enfrentadas se resumiam a fazer os deveres de casa antes de trilhar o caminho para a diversão.

Espero não demorar muito para conseguir jogar Mortal Kombat 11, mas até isso acontecer acho que Mortal Kombat X irá me deixar bem satisfeito.

Um comentário:

Bruno de Bona Farinon disse...

OH MAN! Me identifiquei DEMAIS com esse texto. Também fiquei uns bons anos sem muito contato com o mundo dos games e acredito que conheço essa sensação que tu tem jogando MK X. Revisitar uma franquia antiga através de um jogo mais recente (seja jogando um remaster, remake ou sequel) é uma bela maneira de cultivar gamers tiozões =D